Alunos de projeto de Ciência Cidadã vão mapear e fazer um levantamento de áreas de risco de desastres ambientais no Estado

Por Josiany Fiedler Vieira e equipe do Protocolo de Solos e Desastres Naturais
Alunos das escolas participantes do Programa Interinstitucional de Ciência Cidadã na Escola (PICCE), irão realizar uma investigação compartilhada com a criação de uma base de dados e um mapa apontando áreas de risco de deslizamentos de terra, inundações, alagamentos e erosão no estado do Paraná.
Segundo dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM), entre os anos de 2013 e 2022, os desastres naturais atingiram 5.199 municípios brasileiros, o que representa 93% das cidades, fazendo com que 4,2 milhões de pessoas fossem afetadas. Somente entre janeiro e abril de 2022, os prejuízos financeiros no Brasil somam mais de R$ 72 bilhões por causa destes fenômenos.
Para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) a vulnerabilidade social é um dos fatores de intensificação dos desastres. Por isso, o grupo formado por alunos e professores de escolas públicas estaduais vai identificar e diagnosticar os indícios de desastres naturais e também fazer um monitoramento de pluviosidade local. Com essas informações, será possível identificar e evitar as áreas de risco.
O protocolo Solos e Desastres Naturais procura desenvolver a consciência crítica sobre as questões ambientais da realidade local. Com a identificação do risco e a coleta de dados é possível atuar na redução dos impactos sociais e econômicos dos desastres a partir da elaboração de mapas e pesquisas sobre o tema.
Entre as pesquisas a serem trabalhadas em ambiente escolar estão a importância da cobertura vegetal para a manutenção do ciclo da água, evitando a erosão, inundação e alagamento; a conservação dos solos, dos cursos de água e da qualidade do ar atmosférico; discussões sobre alternativas que contribuam para restabelecer o equilíbrio ambiental a partir da identificação de alterações climáticas regionais e globais provocadas pela intervenção humana.
Os temas serão apresentados em diversas disciplinas como matemática e física na avaliação da periodicidade dos eventos pluviométricos, taxa de ocupação dos terrenos, trigonometria de inclinação dos taludes e de árvores e cálculos de área de contribuição das chuvas. Em ciências, geografia e história para entender a interação da sociedade com a natureza e o aparecimento das primeiras favelas e, em português e linguagens durante exercícios sobre relações sociais.